Quase um Século de Mercado
Estudos apontam que a sobrevida de micro e pequenas empresas no Brasil é de cinco anos. A taxa de sobrevivência é mínima, por causa da falta de planejamento e controles administrativos. Mas, algumas conseguem driblar as dificuldades dos primeiros anos e se sobressaem, conquistam a confiança dos clientes, se expandem e tornam-se referência no mercado de atuação. Com exclusividade, Negócios Minas apresenta um pouco mais sobre estas empresas.
Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, algumas empresas dos setores de comércio, indústria, serviço, agronegócio, comunicação, lazer e associações são exemplos de que é possível permanecer atuais e competitivas, desde que estejam sempre se adequando e aprendam a mudar.
Para Fábio Petruceli Barros, consultor do Sebrae Minas e mestrando em estratégias competitivas e análise de mercado, a durabilidade de uma empresa está relacionada à manutenção da qualidade ao longo dos anos. Segundo ele, para se manter no mercado por tanto tempo, a palavra de ordem é visão, visão de futuro, tendências e principalmente, sobre os valores dos clientes. “O empresário deve trabalhar estes valores dentro de uma ferramenta chamada planejamento, pois sem planejamento o risco é grande”, afirmou.
O economista Cláudio Humberto Guedes, sócio-diretor do Instituto Sul Brasileiro de Ensino (Isbe), conveniado a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o Triângulo Mineiro, avalia que, para a durabilidade de uma empresa no mercado, é importante trabalhar com profissionais qualificados e motivados, além de ter uma assessoria contábil e advocatícia competente. “O empresário que está há décadas no mercado soube contratar profissionais e tem sua visão estratégica revisada de tempos em tempos”, afirmou.
Guedes ressalta também a importância de uma empresa trabalhar um plano de cargos e salários para manter os profissionais motivados e também se manter atualizada tecnologicamente, ter conhecimento de mercado e buscar a fidelização do cliente. “As empresas têm sua durabilidade estendida e se tornam grandes porque o empresário sabe administrar o mercado e tem uma visão diferenciada”, disse.
Barros reforça que nenhuma empresa começa grande e que normalmente uma pequena empresa é formada por um núcleo familiar, que muitas vezes deixa o lado emocional falar mais alto do que a razão, o que pode se tornar perigoso para a sobrevivência no mercado. “No contexto inicial há um grande apelo à responsabilidade, união e confiança, pois a empresa representa o patrimônio, sustento e sobrevivência da família. À medida que a empresa cresce, ela deve perder este caráter e ir se adequando a uma administração mais profissionalizada”, disse.
O consultor do Sebrae Minas diz que outra forma de garantir a perenidade das empresas nos tempos atuais é romper com a estrutura organizacional convencional, que separa o pensar e o fazer. Segundo ele, isso pode prejudicar a durabilidade dos negócios principalmente nos setores mais concorridos, modernizados e dinâmicos, onde as soluções devem ser apresentadas mais rapidamente. “Se eu centralizo as decisões e a formulação de ideias e soluções, estarei descartando a experiência pessoal que muitas vezes está diretamente ligada aos problemas (operações, vendas, manutenção e outros). O empresário deve lembrar que duas cabeças pensam melhor do que uma e três, melhor ainda. O que cabe ao empresário ou decisor é avaliar e pesar as ideias, sugestões, soluções apresentadas nas reuniões ou no dia a dia”, disse.
FUTURO
Uberlândia e sua vocação
“O futuro de Uberlândia é o que o presente construir”. É com esta afirmação que o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Dilson Dalpiaz, diz do que se pode esperar de Uberlândia há alguns anos. Segundo ele, “se olhar pelo retrovisor, o futuro será uma repetição melhorada das coisas, mas se o futuro for criado com visão à frente, ele será mais adequado e competitivo com a economia do novo mundo”.
Para o secretário, a instalação do entreposto da Zona Franca de Manaus em Uberlândia, vem agregar valor a uma das vocações da cidade, que é a logística. “Esse passo à frente é um indicativo do desenvolvimento da cidade”. Dalpiaz cita ainda a construção, provavelmente a partir de 2010, do aeroporto de cargas na cidade. “São novos patamares na cadeia de valor dos setores econômicos que têm representatividade no desenvolvimento do município”, afirmou.
O edital para a escolha da empresa que vai administrar o armazém geral do entreposto da Zona Franca de Manaus em Uberlândia foi publicado pelo governo de Amazonas no dia 20 de outubro.
O edital pode ser acessado no site da Comissão Geral de Licitação (CGL), no endereço www.cgl.am.gov.br. Mas, o conteúdo completo e informações detalhadas podem ser adquiridas na sede da CGL, em Manaus. O valor do edital é de R$ 300.
Os envelopes contendo os documentos de habilitação e as propostas técnica e de preços, definidos no edital, deverão ser entregues até 9 de dezembro.
O cluster logístico prevê o recebimento e estocagem de produtos industrializados, produzidos em Manaus, para posterior distribuição e comercialização a partir de Uberlândia. O armazém deverá ser instalado em uma área entre a BR-365 (saída para Patrocínio) e o anel viário Norte, por causa do entroncamento rodoferroviário e aeroportuário da região.
Wilder Cunha, diretor da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub) e idealizador do projeto do entreposto, diz que a instalação do armazém na cidade vai atrair novos negócios na área de logística e caberá à administração pública municipal, Aciub e ao Núcleo Integrado de Logística (Nil) criar um ambiente favorável para a atração de indústrias e o desenvolvimento de novos negócios. “A instalação do entreposto da Zona Franca de Manaus é um marco na história socioeconômica de Uberlândia”, afirmou.
Box
Conheça as empresas que estão há quase um Século no mercado de Uberlândia
Posição Empresa Fundação
1 Chocolates Imperial 1929
2 Casa Feliz 1944
3 Exame Laboratório 1945
4 Funerária Ângelo Cunha 1945
5 Hotel Zardo (Hotel da Praça) 1951
6 Martins Atacado 1953
7 CTBC 1954
8 Moinhos Sete Irmãos 1954
9 Tecidos Tita 1954
10 Erlan 1956
Fonte: Junta Comercial do Estado de Minas Gerais / Pesquisa Editora Cinco, de Julho de 2009
Pontos que podem interferir nos negócios:
- Mercado e concorrência
- Princípios gerais de administração
- Métodos e benefícios dos controles internos
- Importância da informação contábil geral e gerencial
- Conceitos para formação de custos
- Princípios do direito empresarial
- Princípios do direito do consumidor
- Legislação trabalhista
- Legislação tributária
Principais causas de insucesso:
- Comportamento empreendedor pouco desenvolvido
- Falta de planejamento prévio
- Gestão deficiente do negócio
- Insuficiência de políticas de apoio
- Flutuações na conjuntura econômica
- Problemas pessoais dos proprietários
- Alta carga tributária incidente em todas as áreas empresariais
- Alto custo financeiro
- Complexa captação de recursos para investimentos produtivos
- Falta de capital de giro do empreendedor
Nenhum comentário:
Postar um comentário